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Wagner Beethoven

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  • 8 minutos
  • Publicado: Medium

Neste página: O conteúdo desse texto foi produzido após minha participação como mentor

Nos últimos meses, embarquei na minha primeira experiência como mentor. Com 15 anos de estrada no UX Design, sendo três desses como coordenador de um time de design, achei que era hora de compartilhar o que aprendi ao longo dessa jornada.

Este artigo é para quem, assim como eu, quer ajudar outros profissionais a crescerem em suas carreiras, oferecendo dicas práticas e reflexões sobre como tornar a mentoria algo realmente impactante.

Sobre a mentoria

Fui convidado a participar do programa de mentoria Aceleradora Ágil, uma parceria entre Thoughtworks, Globo e a TECNOPUC / PUCRS. O programa é voltado para desenvolver habilidades técnicas e comportamentais em um ambiente de imersão, com foco em métodos ágeis, TDD, feedbacks, pair programming, gestão ágil, UX design, entre outros.

Foi uma oportunidade incrível de ver o impacto direto que esse tipo de iniciativa pode ter na carreira das pessoas.

Minha atuação como mentor

Fui designado para mentorar a Emily, que está em transição de carreira, saindo da educação e biologia para mergulhar no mundo do desenvolvimento de software. Nosso desafio era identificar como ela poderia usar seu conhecimento anterior para enriquecer sua nova jornada profissional.

Os encontros 1:1 foram essenciais para que a mentoria fosse personalizada e eficaz. Eles criaram um espaço seguro para que Emily pudesse expressar suas preocupações, discutir desafios e refletir sobre seu progresso. Esse tipo de prática foi a base para todo o processo de mentoria.

Pautas do 1:1

Antes de cada sessão, pedi que Emily preenchesse um formulário simples, algo que já utilizo com minha equipe como coordenador. Esse formulário continha duas perguntas principais:

  1. Como você está se sentindo?: Isso ajudava a contextualizar o estado emocional dela, o que era crucial para entender como suas emoções poderiam estar impactando seu desempenho e aprendizado. Ofereci uma lista com 10 sentimentos (positivos, negativos e neutros) para facilitar a escolha.
  2. Qual assunto você deseja discutir?: Essa pergunta guiava nossas conversas, garantindo que abordássemos os tópicos mais relevantes para ela. Além disso, eu sempre preparava alguns tópicos adicionais que considerava importantes para o desenvolvimento dela.

Essas informações foram fundamentais para criar um ambiente de confiança, permitindo que Emily sentisse que estava no controle do seu próprio desenvolvimento, com o suporte necessário para superar seus desafios.

Situação, Tarefa, Ação, Resultado (STAR)

O modelo STAR foi uma ferramenta poderosa que usei para ajudar Emily a refletir sobre situações passadas e planejar ações futuras. Esse modelo funciona assim:

  • Situação: primeiro, ela descrevia a situação ou tarefa específica que enfrentou. A ideia era capturar o contexto de cada desafio.
  • Ação: depois, ela registrava as ações que tomou em resposta àquela situação, detalhando o que fez de maneira clara e objetiva.
  • Resultado: a etapa seguinte era descrever os resultados dessas ações, refletindo sobre o impacto das decisões tomadas.
  • Ação Alternativa e Resultado Alternativo: introduzi essas duas colunas no modelo para que ela pudesse considerar como poderia ter agido de maneira diferente e refletir sobre os possíveis resultados dessas ações alternativas.

O uso regular desse modelo ajuda a documentar suas experiências e a desenvolver uma mentalidade orientada para a solução de problemas, algo que considero essencial em qualquer carreira.

Linha do Tempo da Carreira

A linha do tempo foi outra dinâmica que criamos para ajudar a visualizar e refletir sobre sua trajetória profissional, especialmente durante essa transição de carreira:

  • Primeira Metade Superior (Experiências): Nessa parte, Emily organizou suas experiências profissionais de forma cronológica. As experiências mais significativas foram colocadas mais distantes do eixo horizontal, e as menos impactantes, mais próximas.
  • Segunda Metade Inferior (Sentimentos): Aqui, mapeamos os sentimentos associados a cada experiência. As satisfações foram posicionadas próximas ao eixo, e as inseguranças, mais distantes.
  • Reflexão e Integração: Depois de montar essa linha do tempo, analisamos juntos como essas experiências e sentimentos poderiam ser integrados à nova carreira dela na tecnologia. Foi uma maneira de mostrar que, mesmo em uma área diferente, as habilidades e aprendizados anteriores ainda têm muito valor.

Habilidades Técnicas e Portfólio

Com minha experiência em HTML e CSS, sei como é importante conseguir se comunicar bem com desenvolvedores. Durante a mentoria, a Emily mostrou um projeto em que estava trabalhando, e aproveitamos para discutir pontos como legibilidade, contraste, hierarquia da informação e a importância de usar HTML de forma semântica.

Fizemos uma análise das tags HTML que ela usou e falei sobre algumas práticas em CSS que poderiam melhorar ainda mais o projeto. Também mostrei como identificar problemas de acessibilidade usando a ferramenta Wave. Para ajudar, sugeri que ela tentasse aplicar essas ideias no projeto e deixei o material disponível no Speaker Deck para quem mais quiser usar.

Além disso, conversamos sobre o GitHub, que é essencial para qualquer desenvolvedor. É o lugar onde eles compartilham seus códigos, mas também falamos sobre a importância de ter um espaço próprio na web — um lugar para experimentar e mostrar todo o seu trabalho.

LinkedIn e Currículo

Ter um LinkedIn bem estruturado e um currículo otimizado é essencial para qualquer profissional que queira se destacar em um mercado competitivo, especialmente em áreas como UX Design e desenvolvimento de software. Durante a mentoria, discutimos várias práticas para garantir que o perfil e o currículo de Emily fossem impactantes.

LinkedIn

O LinkedIn é a principal plataforma para networking profissional, e aqui estão as dicas que passei para Emily:

  1. Aposte em um sorriso: a foto de perfil precisa transmitir acessibilidade e simpatia. Nada de imagens estilizadas demais ou com expressões fechadas.
  2. Email atualizado: Garanta que seu email no LinkedIn seja um que você verifica regularmente.
  3. Link personalizado: customize o URL do seu perfil para facilitar o compartilhamento.
  4. Facilite o contato: se achar necessário, inclua um número de telefone, mesmo que o contato inicial normalmente aconteça por mensagens do LinkedIn.
  5. Conte sua história: use a seção “Sobre” para resumir sua trajetória profissional, destacando suas conquistas e habilidades.
  6. Detalhes de contato: inclua seu email e telefone tanto na seção “Sobre” quanto em “Informações de Contato”.
  7. Portfólio e projetos: utilize a seção de Destaques para adicionar links para seu portfólio, Medium, GitHub, ou outros sites relevantes.
  8. Mostre seu impacto: inclua projetos que evidenciem suas habilidades e os resultados que você alcançou.
  9. Experiências Profissionais: detalhe suas responsabilidades e conquistas, conectando-as aos resultados obtidos.
  10. Experiências de freelancer: inclua também trabalhos independentes ou temporários que sejam relevantes para sua área.
  11. Descreva os cursos e projetos: ofereça detalhes sobre o conteúdo dos cursos e destaque projetos que demonstrem suas habilidades na prática.
  12. Trabalhos Voluntários: explique seu papel nos trabalhos voluntários e as habilidades que desenvolveu.
  13. Peça recomendações: solicite feedback de colegas, superiores e clientes com quem teve boas experiências.
  14. Escreva recomendações: recomende outros profissionais para que, em troca, eles também recomendem você.

Currículo

O currículo ainda é uma peça-chave nos processos seletivos. Aqui estão as orientações que passamos para garantir que o da Emily se destaque:

  1. Clareza na hierarquia: use variações de peso e tamanho das fontes para diferenciar títulos, seções e detalhes.
  2. Atualização constante: mantenha o currículo sempre atualizado, removendo informações antigas ou irrelevantes.
  3. Limite a duas páginas: foque em destacar experiências e habilidades relevantes para a vaga.
  4. Evite colunas complexas: formatos simples são preferíveis para evitar erros de leitura por sistemas automatizados.
  5. Fontes legíveis: opte por fontes comuns e legíveis, como Arial ou Times New Roman.
  6. Evite ícones complexos: use um design simples que seja compatível com sistemas automatizados de leitura.
  7. Resultados mensuráveis: inclua resultados concretos e mensuráveis das suas ações.
  8. Descreva os cursos e certificados: explique o conteúdo dos cursos e destaque projetos que demonstrem suas habilidades.
  9. Inclua links: adicione links para dissertações, projetos ou outros trabalhos que mostrem suas competências.

Ser mentor no programa Aceleradora Ágil foi uma experiência enriquecedora para mim. Usei práticas estruturadas, como encontros 1:1, o modelo STAR, a construção de uma linha do tempo da carreira, e a otimização de perfis no LinkedIn e currículo, criando um ambiente de aprendizado contínuo e crescimento mútuo.

A mentoria não é uma via de mão única; é uma oportunidade de aprendizado e reflexão para todos os envolvidos. Ajudar alguém a navegar por uma transição de carreira ou a aprimorar suas habilidades é uma forma de contribuir para o crescimento da comunidade de design/desenvolvimento e, ao mesmo tempo, evoluir como profissional.

Espero que as práticas e insights compartilhados aqui possam inspirar outros mentores e profissionais em suas jornadas. O aprendizado é contínuo, e cada interação é uma chance de fazer a diferença.

Se você leu até aqui, meu muito obrigado 🤘🏼.

Ah, quem quiser falar comigo sobre o que compartilhei ou quiser conversar sobre portfólio e design, estou 100% disponível 🤗.

Ah e eu queria deixar registrado meu agradecimento ao Fernando Fernandes da Thoughtworks e a Guilherme Lemos da TECNOPUC / PUC-RS pela oportunidade.

Referências


Obrigado por chegar até aqui 🤗

Mentoria Carreira Migração De Carreira Desenvolvimento Pessoal UX Design

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